20.10.08
Diferença e repetição
Fernando Pessoa, 1932.
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por casas, por prados
Por quinta e por fonte
Caminhais aliados
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por penhascos pretos
Atrás e defronte
Caminhais secretos
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por plainos desertos
Sem ter horizontes
Caminhais libertos
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por ínvios caminhos
Por rios sem ponte
Caminhais sozinhos
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por quanto é sem fim
Sem ninguém que o conte
Caminhais em mim
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por casas, por prados
Por quinta e por fonte
Caminhais aliados
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por penhascos pretos
Atrás e defronte
Caminhais secretos
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por plainos desertos
Sem ter horizontes
Caminhais libertos
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por ínvios caminhos
Por rios sem ponte
Caminhais sozinhos
Do vale à montanha
Da montanha ao monte
Cavalo de sombra
Cavaleiro monge
Por quanto é sem fim
Sem ninguém que o conte
Caminhais em mim
Fabulação
Segundo Deleuze, sempre que a arte apela à memória, ela o faz, na verdade, a uma outra coisa - que em "O que é filosofia?" denominou-se "fabulação" -, e sempre que pensamos estar produzindo memórias, nós estamos, na verdade, envolvidos em um "tornar-se". Para Deleuze, é sempre o presente - e o futuro -, nunca o passado, que está em foco: "Nós não escrevemos com as memórias da infância, mas através de blocos de infância que são tornar-se-criança do presente".
A referência é: DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. What is philosophy? Trad. H. Tomlinson e G. Burchill. Londres: Verso, 1994. p. 168.
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