'O ouvido, este órgão do medo, só alcançou tanta grandeza na noite e na penumbra de cavernas obscuras e florestas, bem de acordo com o modo de viver da era do receio'...'Na claridade do dia o ouvido é menos necessário. Foi assim que a música adquiriu o caráter de arte da noite e da penumbra.'
NIETZSCHE, Friedrich. aforisma 250. 1881. Daybreak, thoughts on the prejudice of morality . Cambridge, 1982.
"Interessante notar que a música, esta arte do terror e da noite, cada vez mais parece propor uma escuta integradora, mais abrangente que a da pureza segura do som de altura determinada, intensidade, duração e timbre delimitados. Talvez até se possa promover outros encontros de conceitos de ordem emocional com outros mais hieráticos. Seguindo mais além em uma poética da emoção e do espaço, é possível a aventura de uma compreensão da música na qual ansiedade e angústia podem estar, cada uma a seu modo, ligadas a dois pólos da percepção: a ansiedade, que quer manipular o tempo por insatisfação com sua marcha. E a angústia - que, por uma etimologia localizando a raiz no alemão antigo, eng, estreito - confirma, pela recusa, o espaço exíguo que a condiciona." (Caesar, Rodolfo. "A escuta como objeto de pesquisa")
4.12.08
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário